de Randal Matheny

No seu livro A Bíblia que Jesus lia, Philip Yancey se maravilha com as várias expressões no livro de Salmos, pelas quais pessoas de fé lidaram com a realidade da vida. Alegria misturada com dor, protesto ao lado do louvor, agonia e exultação juntos. De fato, a Bíblia tem os pés no chão.

Não temos alegria e paz ignorando as questões duras e as aflições que surgem durante a nossa passagem pela vida. Pelo contrário, o sofrimento de Jesus nos põe de cara com os horrores do pecado, ao mesmo tempo que quebra as trevas com luz divina.

Os cristãos, portanto, são os verdadeiros realistas. Sabem melhor lidar com as coisas do modo que realmente são. Os outros têm que abandonar a busca pela verdade para manter suas ilusões.

O ateu tem que ignorar um universo de evidência para a existência de Deus. O otimista precisa fechar os olhos às ineqüidades humanas e às injustiças sociais. Quem busca prazer tem que fingir que não exista juízo pelo que se faz no corpo. O secularista tem que silenciar o clamar da eternidade dentro do próprio coração.

Este realismo santo se veste em sabedoria e rejeita a tolice. Há muito tempo um homem de Deus fez a conexão: “O tolo diz em seu coração: ‘Deus não existe!’” (Salmo 14.1). Como nos Salmos, o povo de Deus hoje pode chorar, duvidar, suplicar e protestar. Ao fazer isso, mostra toda a sua humanidade trabalhando em direção da santidade. Mostra que, mais do que os outros, leva em conta a vida como ela é na realidade. E a igreja a leva aos pés daquele que pode fazer infinitamente mais do que alguém pode pedir ou pensar.